segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Novas da Aviação

Ora viva. Tínhamos prometido aos amigos do nosso blogue informações quentes sobre a aviação alemã (e europeia em geral) para meados de Novembro. Demorou um pouco mais, mas valeu a pena esperar. Antes, porém, uma nota importante.

Enquanto a Ryanair não nos brinda com passagens aéreas grátis (daqui a uns anos sim, mas alguém acredita em almoços grátis?), algo que nos faz rir, temos uma preocupante e prolongada greve dos pilotos da Lufthansa, que nos faz chorar. Só não é mais grave porque já começou o inverno IATA e o turismo das nossas zonas principais já não é tão afetado. A empresa “filha” Eurowings já tinha passado por uma onda grevista, agora é a empresa “mãe”. Os pilotos pararam até sábado, deram uma trégua ontem e hoje, sendo que está prevista a retoma da greve amanhã para alguns voos e depois de amanhã para todos, incluindo os de longo curso. Até ao momento mais de dois mil e setecentos voos foram cancelados afetando mais de 300.000 passageiros – isto são números provisórios. Os pilotos querem até 22% de aumentos salariais, alegando que a empresa tem apresentado lucros nos últimos anos ao mesmo tempo que a massa salarial real não sobe desde 2012. Dizemos nós: mais um exemplo do que pode suceder, em termos de recursos humanos, em toda e qualquer área ligada ao turismo.
Já agora, recorde-se que quem for passageiro afetado tem direitos consagrados: remarcação da viagem na mesma ou noutra companhia aérea, pernoita ou “transfer” a ser providenciado pela companhia, ou em caso de atraso superior a 3 horas um “voucher” para alimentação de no mínimo 10 euros por pessoa e, entre outras situações, o direito a telefonar 2 vezes, ou mandar 2 faxes ou 2 e-mails para a família ou amigos. Em caso de caos num Aeroporto não é fácil fazer exercer estes direitos, razão pela qual muitos passageiros preferem cancelar a viagem perante um anúncio de greve. Um assunto que merece permanente atenção.

Muito bem: aquele capítulo relativo à Air Berlim (recorde-se o que escrevemos antes neste espaço) parece finalmente pronto a ser encerrado. Confirma-se a previsão feita por fontes bem colocadas a que este blogue teve acesso. Previa-se algum tipo de negócio que envolvesse a Etihad, lembre-se, a companhia de bandeira do Abu Dhabi. Confirmou-se agora essa situação.
Vai-se manter a divisão da frota original da AB. A Eurowings (grupo Lufthansa) fica com as aeronaves previstas, tornando-se a 3ª maior “low cost” europeia. O resto dá azo a uma “joint-venture” muito importante entre o que resta da AB, através da subsidiária Niki, a Tuifly e a própria Etihad, criando-se assim uma nova realidade na aviação orientada para as viagens de férias. Tudo isto foi aprovado pela Administração do Tui Group em Hannover. A sede desta nova realidade empresarial será em Viena, a rede vai incluir partidas de e para o triângulo Alemanha, Suíça e Áustria. Apesar de deter apenas 25% desta “joint-venture”, a Etihad será líder operacional da mesma.
Assim, um capítulo triste parece ter sido resolvido com vantagens mútuas. Para os destinos de sol e praia, esta parece ser uma novidade muito positiva já para os próximos tempos. Acreditamos que podemos crescer nos importantes mercados desse triângulo. Vale a pena recordar que, no Algarve, perdemos turistas da Suíça e da Áustria por falta de voos a preços competitivos. Nem todos querem passar por várias escalas ou viagens de comboio com o objetivo de ir de férias. As pessoas, hoje, querem soluções rápidas, eficazes e baratas para viajar, para obter alojamento, etc…

Por outro lado, a Etihad, que detém 49% da Alitalia, fartou-se dos prejuízos desta companhia clássica de bandeira. Vai impor uma reestruturação da empresa, corte nas rotas deficitárias e despedimento de mais de dois mil trabalhadores. Em 2014 – quando se deu o investimento inicial – havia a promessa de tornar a companhia lucrativa a partir de 2017. Não está a resultar. A Alitalia já foi a desgraça da aviação europeia, nos tempos em que perdia meio milhão de euros por dia. Não há Estado ou privado que aguente tais contas. A ver vamos se a TAP não segue este exemplo. Há indicações de que vamos evitar esse tipo de humilhação. A ver vamos.

Boas notícias para nós que queremos mais e melhor turismo vêm da Easyjet. Deve fechar o ano com mais de 500 milhões em lucros e vai reforçar as suas operações. Uma novidade interessante para o Algarve e para o Porto (principalmente) é o reforço das operações em França, com mais bases e mais aeronaves. Recorde-se que durante muito tempo quase não havia “low-cost” a partir de França (exceto Paris) para o Algarve. Várias companhias voam agora para Faro, sendo que a Easyjet teve um papel muito importante para ampliar o mercado francês. Acreditamos que isso é mais um sinal positivo para os próximos tempos. Na verdade, uma certeza positiva.
Também aguardamos novidades da Transavia, participada da Air France-KLM, que deverá reagir a estas movimentações em breve. Mais uma companhia que voa para Faro. Irá reforçar?


Para terminar: enquanto tudo isto se passa não podemos deixar de refletir sobre o aumento de voos e passageiros para o nosso país, ainda que se mantenha a sazonalidade do passado, cujos efeitos são atenuados pelo aumento de turistas nos meses mais apetecíveis. Isso implica um aumento da capacidade aeroportuária. Porto e Faro aguentam ainda aumentos significativos de movimentos, Lisboa nem por isso. Quando a capacidade se esgotar, vai aparecer o tal “mais um”. Segundo um especialista nos confidenciou, isso está na calha, mas há gente desconfiada: a nível operacional, Portela + Montijo coloca grandes dificuldades, incluindo a coordenação do espaço aéreo na zona de ambos os Aeroportos.

Sejamos otimistas se possivel for!

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